Boiadeiro na umbanda: O que você precisa saber sobre eles

Na religião umbanda existe uma entidade que recebe o nome de boiadeiro. Esses espíritos são guias que, embora tenham uma aparência agressiva, sempre estão dispostos a ajudar as pessoas que procuram eles. 

O boiadeiro, na umbanda, é um espírito que, enquanto estava encarnado, conseguiu cumprir todas as suas metas de vida. Por ter conseguido essa proeza, decidiu tornar-se um guia para as pessoas que ainda estão nessa jornada no mundo dos vivos. 

Outra característica do boiadeiro é que, como o nome sugere, ele é um caboclo boiadeiro. É um espírito que nutre a harmonia com a natureza e que mostra a importância de atingir o equilíbrio entre a vida humana, a flora e a fauna. 

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Em geral, o boiadeiro pode ser encontrado em meio a elementos que remetem à vida campestre. Isso acontece porque, enquanto eram vivos, eles conheciam essas regiões. Esse conhecimento também os auxilia na hora de aconselhar sobre travessias que as pessoas precisam enfrentar. 

A personalidade do boiadeiro é o que permite que ele esteja sempre presente em terreiros da umbanda. É uma entidade disposta a ajudar, a aconselhar, a apaziguar conflitos e a resgatar o caminho do bem para pessoas e para espíritos que possam estar desorientados. 

O boiadeiro usa palavras específicas para se referir às questões sobre as quais ele deve opinar. São elas: 

Boi: um espírito que está no caminho errado, que se desvirtuou e precisa de orientação 

Cavalos: filhos de muito valor, que estão no caminho do bem 

Laço: instrumento do tempo (orixá Logunan) 

Boiada: espíritos que o boiadeiro resgatou e que conseguiu conduzir para um caminho melhor 

Laçar: trazer os espíritos para dentro da Lei Divina, custe o que custar 

É comum que a figura do boiadeiro esteja sempre acompanhada de um chicote, que é usado para laçar e para encaminhar os espíritos que precisam de auxílio. 

Ponto de boiadeiro 

Há três pontos para boiadeiros que estão presentes na umbanda. A seguir, você vai conhecer cada um deles: 

Ponto 1 

“Seu boiadeiro por aqui choveu 

Seu boiadeiro por aqui choveu 

Choveu que água rolou 

Foi tanta água que boi rolou 

Foi tanta água que seu boi bebeu 

Seu boiadeiro 

Foi tanta água que seu boi nadou” 

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Ponto 2 

“Cadê minha corda 

De laçar o meu boi 

O meu boi fugiu 

Eu não sei para onde foi” 

Ponto 3 

“E quem vem lá 

É dois de ouro 

Quem vem lá boiadeiro sou eu 

A cancela do meio bateu 

Sou eu, boiadeiro sou eu 

Boiadeiro, boiadeiro 

Sua boiada esparramada 

Boiadeiro chama seu guia 

E vai ver sua boiada” 

Oferendas para os boiadeiros 

Para fazer uma oferenda, é necessária a orientação de uma pessoa que tenha experiência com o assunto, para que tudo ocorra sem qualquer tipo de complicação. Tendo essa pessoa ao seu lado, basta providenciar alguns dos seguintes ingredientes: abacaxi, uva, laranja, limão, carambola, vinho, suco de frutas cítricas, pinga, arroz com lentilhas e carne seca desfiada, caldo de mocotó, feijão tropeiro, arroz carreteiro e costela de boi. 

Orações aos boiadeiros 

“Em nome de Deus, dos Divinos Tronos, dos Sagrados Orixás, dos Regentes da Lei Maior e da Justiça Divina, do Sagrado Orixá da Lei, o Sr. Ogum, eu invoco a linha dos Boiadeiros e peço a presença do meu protetor Boiadeiro ao meu lado. Peço-lhe que acolha esta prece e que me auxilie de acordo com o meu merecimento. Peço-lhe, Sr. Boiadeiro: 

Que recolha todos os espíritos sofredores que estejam me acompanhando ou ligados a mim, cure e regenere seus espíritos, despertando-os para o novo estado em que se encontram no mundo maior. 

Envolva-me em sua vibração ordenadora, reequilibrando minha mente e tudo e todos à minha volta, para que eu comece racionalizar sobre tudo o que está ocorrendo em minha vida. 

Recolha todos os espíritos obsessores, desequilibrados, malignos e seres infernais que estejam atuando negativamente contra mim e meu familiares, enviando-os para os seus locais de merecimento, como determina a Lei Maior. 

Corte e anule todas as demandas e trabalhos de magia negra que estejam me prejudicando. 

Afaste os inimigos encarnados e desencarnados, os conflitos, as guerras e todas as ações negativas que estão em meu caminho. 

Peço-lhe que me ajude a solucionar estes problemas que estão me envolvendo e atrapalhando a minha vida. 

Se essas ações provêm de ligações cármicas ou por afinidades devido à minha má conduta, peço-lhe que auxilie a mudar o meu modo de agir, de pensar e de viver; para que de agora em diante eu tenha sempre uma boa conduta. 

Peço-lhe que ajude a recolher minhas próprias boiadas que acabei deixando para trás no caminho da vida. 

Abra os meus caminhos para que eu possa ter dias mais fartos, mais prósperos, mais iluminados e mais harmoniosos. 

Auxilie-me a suprir todas as deficiências e tudo o que me falta nos Sete Sentidos de minha vida, para que eu possa me sentir pleno no Sentido: da fé, do amor, do conhecimento, da justiça, da lei, da evolução e da geração. 

Para que, assim, eu continue forte e não fraqueje diante os obstáculo que encontrarei em minha vivência neste plano material. Peço-lhe que me coloque em equilíbrio com toda a criação divina. 

Conto com vossa força, luz e perseverança. Amém!” 

“Meu amigo Boiadeiro! 

Tu, que guia teu gado pelas porteiras dos caminhos de Ogum, 

Tu, que passa por rios, sob Sol e chuva com seu berrante a anunciar Tua chegada, 

Tu, que com teu chicote em punho, hábil com o laço e que não deixa demanda criar, 

Ajuda-me nesta hora, abra as porteiras de meus caminhos! 

Traga no teu laço aqueles que me querem mal. 

Que na Tua chibata haja justiça de minha causa. 

Que eu encontre em meus caminhos a solução para os meus pedidos. 

Jetruá!” 

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