Insubstituível

Cheiros, cores, sabores, retratos. Os mais simples objetos trazem à tona olhares, piadas (às vezes, sem nenhuma graça), gestos, carinhos, abraços, beijos, palavras... Trazem à tona uma pessoa, aquela exata pessoa, a que faria toda a diferença ao seu lado.

É inevitável sentir saudade dos momentos bons que vivemos e que estão perdidos lá atrás, quase (ou completamente, algumas vezes) inalcançáveis. Porque há amores insubstituíveis, amizades insubstituíveis, pessoas insubstituíveis e momentos insubstituíveis. Saudade é um dos piores tormentos que podemos sentir...

É amar demais um passado que ainda não acabou e vive dentro de nossas mentes, dentro do coração. É se recusar a jogar qualquer sentimento fora, ou simplesmente não conseguir baní-los, pois são lindos e mágicos.

Saudade é não saber o que fazer com o relógio, que cisma em mostrar os ponteiros passarem cada vez mais devagar. Ou não saber o que fazer para que esses mesmos ponteiros voltem para um lugar de paz.

Saudade é perder algo querido, uma pessoa amada. Saudade é, até mesmo, reviver na mente momentos que jamais acontecerão. É ter um futuro em mente, baseado nas escolhas que teríamos tomado.

E, mesmo que aquela frase famosa que nos diz para praticar o desapego ande rolando por aí, acredito que a saudade se iguala a tudo aquilo que sentimentos falta, e acaba se tornando insubstituível.

E não adianta dizer que não dói, que não machuca e que um dia, quem sabe, a saudade passe... Porque é mentira.

“Triste é não chorar. Eu também chorei. E não há nenhum remédio pra curar essa dor, que ainda não passou, mas vai passar! E não há nenhum relógio pra fazer voltar.” – Nando Reis

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