No momento em que sentimos uma grande dor e passamos por dificuldades, pode parecer que estamos presos e que todas as coisas são fixas e sem saída. Mas temos uma liberdade natural em nossa mente e, se reconhecermos essa capacidade livre, poderemos rapidamente sair de nosso sofrimento.
Por maior que seja a dor que está nos inundando, podemos manifestar nossa liberdade e ver que o sofrimento é um engano de nossa mente.
Impermanência
Pense em quando era uma criança. Não existe nada que seja igual em você nesse momento. Você mudou porque a natureza da realidade é a impermanência. Nada dura para sempre. Todas as coisas têm um momento de duração e cessação.
Todos os momentos de nossa vida também são impermanentes. É como um sonho que passa. Nossa vida toda é assim. Por isso, se estamos em sofrimento, podemos entender que essa dor também é impermanente. Ela não dura para sempre.
A impermanência é a natureza da realidade. Tanto é que nossos esforços são sempre no sentido de manter as coisas funcionando, lutando contra a impermanência. Nossa própria vida é assim. Temos um tempo finito em cada momento da vida, que cessa e que se inicia novamente.
A liberdade da mente é poder ir de momento a momento. Por isso, mudamos a cada instante. Mudamos quando crescemos, quando trocamos de trabalho, quando olhamos de maneira diferente para as coisas. Esse olhar é nossa mente criando a realidade que vivenciamos.
Mente que cria
A dor acontece quando o estímulo não está de acordo com o referencial interno que carregamos. Toda vez que queremos que algo se apresente de determinada forma e nossa expectativa é quebrada, o sofrimento surge. Se desejamos algo e nossa mente cria a expectativa, isso pode gerar nossa dor.
Se nossa mente é capaz de criar a dor, também pode fazer-nos sair dela. Se entendermos que a nossa expectativa é formada pela maneira como olhamos a realidade, entenderemos que temos um aspecto interno que gera essa forma de olhar.
Por exemplo, se achamos que bom mesmo é viver em uma casa com muitos cômodos, construiremos a ideia de que viver em uma casa menor é algo ruim. Essa construção do ideal gera em nós o sofrimento quando não atingimos essa expectativa.
A liberdade da mente é entender que podemos nos movimentar para além do sofrimento e das expectativas que o geram. Podemos ampliar nossa visão. Quando falo sobre ampliar a visão, é como uma criança que não sabe ler e nem escrever. Ela olha as letras e sabe que há algo ali, mas não consegue decifrar. Quando amplia seu conhecimento, ela consegue decifrar as letras e ampliar seu mundo e sua visão.
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Da mesma forma que uma criança penetra no segredo das letras, precisamos nos aprofundar em nossa própria mente. Olhar para a liberdade que temos e verificar como construímos prisões de sofrimento e como podemos também sair delas. Se nossa mente sofre e, depois de um tempo, sai desse sofrimento, isso significa que a impermanência também afeta nossa mente e nossa visão da realidade.
Se nos aprofundarmos mais nesse aspecto da impermanência e na liberdade de nossa mente, entenderemos que o sofrimento é construído por nossa mente, que, com o tempo, desconstrói essa prisão. Ao olharmos para esse aspecto, entendemos que, estudando nossa mente, podemos eliminar o sofrimento.
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