Relações abusivas são aquelas caracterizadas por ações de controle e comportamentos prejudiciais exercidos por uma pessoa em relação à outra. Esses tipos de relacionamentos são marcados por violência física, emocional, sexual ou financeira, como mencionado anteriormente.
Relações abusivas não estão restritas a um gênero específico, pois ocorrer tanto em relacionamentos heterossexuais quanto em relacionamentos entre pessoas do mesmo gênero.
Não estão nem mesmo ligadas a relacionamentos de casal, porque podem ocorrer na família, sendo muito comum que pais sejam abusivos com seus filhos.
Para lidarmos com as situações de abuso, sempre digo que devemos aprender a tríade do limite. Ela consiste em: Identificar, Blindar e Agir. Precisamos, antes de tudo, identificar a violência existente e de que formas ela atua.
Depois blindaremos nosso campo emocional e psicológico, pois somente depois de blindar é que poderemos agir de maneira a parar a violência.
IDENTIFICAR
Existem alguns sinais comuns que podem indicar uma relação abusiva. Esses sinais incluem:
1. Controle excessivo: A pessoa abusiva tenta controlar todos os aspectos da vida da outra pessoa, como suas atividades, amizades, finanças e até mesmo sua aparência.
2. Comportamento possessivo: A pessoa abusiva mostra ciúme excessivo e possessividade doentia, acusando constantemente a outra pessoa de infidelidade sem nenhuma evidência real.
3. Abuso emocional: Isso pode incluir insultos, humilhação, críticas constantes, manipulação emocional e jogos mentais destinados a minar a autoestima e a confiança da outra pessoa.
4. Violência física: Isso pode envolver empurrões, socos, tapas, estrangulamento e outras formas de agressão física que podem resultar em lesões graves.
5. Abuso sexual: Isso inclui qualquer forma de atividade sexual não consensual ou coerção sexual, como forçar a outra pessoa a praticar atos sexuais contra sua vontade.
6. Isolamento social: A pessoa abusiva procura isolar a outra pessoa de amigos, familiares e redes de apoio, limitando seu acesso a recursos externos e aumentando seu controle sobre ela.
7. Ameaças e intimidação: A pessoa abusiva ameaça prejudicar a outra pessoa, seus entes queridos ou se machucar e/ou prejudicar, como forma de manipulação e controle.
É importante reconhecer os sinais de uma relação abusiva e buscar ajuda. Muitas vezes, as vítimas podem se sentir presas ou com medo de deixar o relacionamento devido a ameaças ou dependência emocional.
Outra arma dos agressores é a vergonha. Podemos nos sentir envergonhados por sofrer esses abusos, por isso não procuramos ajuda.
No entanto, é fundamental buscar apoio de amigos, familiares, profissionais de saúde ou organizações especializadas em violência doméstica, para encontrar orientação, proteção e recursos para sair dessa situação.
BLINDAR
Mas somente é possível sair dessa situação se blindarmos o nosso campo emocional, para não cairmos em armadilhas como chantagem emocional ou ciclo da violência, no qual uma calmaria se instala antes da tempestade. Precisamos restabelecer as 3 capacidades que foram abaladas durante as agressões.
1. Autoestima: É a capacidade de nos amarmos, de olharmos para nossas potências e capacidades. Sem ela, fica impossível sair de uma relação abusiva, pois a pessoa não vê sua própria capacidade de mudança, por isso a pessoa precisa fortalecer sua autoestima e seu amor-próprio.
2. Confiança: Se a pessoa tem uma autoestima alta, ela confia em suas ações. Essa confiança permite que ela tome atitudes em direção ao que ela deseja e sonha e também permite que ela imponha limites nas ações nocivas do outro.
3. Resiliência: Essa é a capacidade de não se deixar abalar pelas coisas ruins que acontecem. Além disso, é o que torna possível olhar para as coisas ruins e saber que é possível mudar a direção da vida.
AGIR
Somente depois de termos essas capacidades desenvolvidas é que podemos agir para impor limites e não deixar que a violência toma conta da nossa vida. Somente assim poderemos nos afastar, se necessário, e buscar ajuda.
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E isso é muito importante: sempre busque ajuda. Porque muitas vezes queremos mudar, mas não conseguimos, então busque apoio em profissionais e a sua rede de apoio.