Astronomia Nova e a Metodologia de Kepler

Quando o tema é Astronomia, é impossível não mencionar o matemático e astrônomo alemão Johannes Kepler. O cientista foi o primeiro a investigar diversos pontos da Óptica moderna, e graças a isso, recebeu o título de fundador dessa ciência. Suas maiores contribuições para a Astronomia, até mesmo para os dias atuais, são as três leis que regem os movimentos planetários – as famosas leis de Kepler.

Um pouco sobre Kepler

Pintura de Johannes Kepler

Kepler estudou sobre os sistemas ptolomaico e copernicano e sobre o movimento planetário (geocentrismo e heliocentrismo, respectivamente). Seu trabalho se baseou na defesa da teoria de Copérnico – o heliocentrismo, em que são os planetas que orbitam o Sol (ao contrário do defendido por Ptolomeu, em que o Sol, a Lua e os planetas giravam em torno da Terra). Essa teoria foi aperfeiçoada pelo próprio Kepler e outros cientistas das gerações seguintes (inclusive Isaac Newton) e é a mais aceita na comunidade científica, na atualidade.

Kepler escreveu algumas obras sobre Astronomia, a primeira delas tendo sido “Mysterium Cosmographicum” (Mistério Cosmográfico), na qual expõe sua defesa sobre a teoria heliocêntrica.

A obra seguinte, “Astronomia Nova”, apresenta-nos justamente as duas primeiras das suas três leis, tão relevantes para os astrônomos até os dias de hoje. E é sobre ela que iremos falar neste artigo. A terceira e última de suas leis foi publicada em “Harmonia dos Mundos” – obra máxima de Kepler.

“Astronomia Nova”

Planeta Marte

Publicada em 1609, o livro “Astronomia nova... de Motibus Stellae Martis” traz os resultados de investigações, realizadas por Kepler ao longo de mais de dez anos, sobre o movimento planetário – em particular o de Marte. A obra foi baseada nos dados previamente coletados pelo astrônomo dinamarquês Tycho Brahe, com quem Kepler trabalhou por um período.

Você também pode gostar:

O livro subdivide-se em uma introdução e cinco partes. A primeira parte da obra reserva-se a apresentar os problemas da Astronomia em seu tempo, com destaque para as irregularidades dos movimentos planetários. Nessa parte, ainda, Kepler discorre sobre os modelos planetários propostos até então: geocentrismo, heliocentrismo (sobre o qual já falamos brevemente mais acima) e um intermediário defendido por Brahe. Nas partes 2, 3 e 4 da obra, está propriamente a formulação das duas primeiras leis de Kepler. O astrônomo inicia essas seções abordando a Astronomia da mesma forma que os “antigos” se dirigiam a ela – ou seja, fala das órbitas circulares como uma hipótese matemática. Em seguida, ele muda o enfoque, assumindo a teoria de Copérnico, o que resulta na segunda lei. Só na parte seguinte é que ele chega à determinação da elipticidade das órbitas feitas pelos planetas. E assim, concluímos que, de acordo com os relatos apresentados nessa obra, Kepler formulou a segunda lei antes da primeira.

A contribuição das leis keplerianas para a Física

Planetas próximo ao Sol

“Astronomia Nova” traz à luz o enunciado das duas primeiras leis do movimento planetário, que versam, respectivamente que: os planetas apresentam órbitas elípticas – toda elipse possui dois focos, com o Sol ocupando um desses focos; e a linha imaginária que une o Sol a cada planeta que o orbita “varre” áreas iguais em intervalos de tempo iguais.

As leis de Kepler trouxeram à ciência e à humanidade a compreensão do movimento planetário, esclarecendo de forma definitiva e correta a trajetória dos planetas em torno do Sol. Também foram fundamentais para a formulação da lei da gravitação universal, de Isaac Newton, que conseguiu explicar o trabalho de Kepler por meio das equações da gravitação.

Seu trabalho, sem sombra de dúvidas, serviu de inspiração e influência para a pesquisa e prática daqueles que lhe sucederam, desde os de sua época até os astrônomos, físicos, matemáticos e outros cientistas dos dias atuais.

 
 

Confira também: