Mito da Ursa Maior e Ursa Menor

Ao olharmos para ao céu, algumas constelações são mais fáceis que outras para identificarmos. Entre estas estão as constelações Ursa Maior e Ursa Menor. E, como outras, elas possuem um mito por trás que explica como surgiram. Esse mito vem da mitologia grega e conta a história de Calisto, a ninfa.

As constelações de Ursa Maior e Ursa Menor são duas das mais conhecidas e observadas no céu noturno, especialmente no hemisfério norte. Essas constelações não são apenas importantes para a navegação e orientação, mas também possuem mitos fascinantes que fazem parte da mitologia grega. A história que conecta essas duas constelações é recheada de transformações e simbolismos, que refletiam as crenças e valores da Grécia antiga, além de oferecerem uma explicação mitológica para a presença dessas figuras no céu.

De acordo com a mitologia, as constelações da Ursa Maior e Ursa Menor estão diretamente ligadas à figura de Calisto, uma das ninfas de Ártemis, a deusa da caça. Calisto foi transformada em um urso por Zeus, o rei dos deuses, depois que ela foi enganada e seduzida por ele. Quando, anos mais tarde, seu filho, Arcas, quase a caçou sem saber que era sua mãe, Zeus interveio, colocando ambos no céu como as constelações para protegê-los e mantê-los unidos para a eternidade.

O mito não apenas explica a origem dessas constelações, mas também simboliza o vínculo eterno entre mãe e filho, além de refletir a proteção divina em tempos de perigo. As histórias envolvendo essas constelações tornaram-se populares na Grécia Antiga e continuam a inspirar diversos relatos e interpretações até os dias atuais. Além disso, o fato de que essas constelações são visíveis durante o ano todo no hemisfério norte representa uma forma de imortalização de Calisto e Arcas, um lembrete contínuo da força e do amor presentes em suas vidas mitológicas.

Mito da Ursa Maior e Ursa Menor

As constelações Ursa Maior e Ursa Menor são duas das constelações mais conhecidas e visíveis no céu, especialmente no hemisfério norte. Vou te contar um pouco sobre cada uma delas:

Ursa Maior (ou Grande Ursa)

Localização:

É uma constelação circumpolar no hemisfério norte, o que significa que é visível durante todo o ano, dependendo da sua localização.

Características:

A Ursa Maior é famosa por abrigar o Asterismo da "Panela" ou "Carroça", que consiste em sete estrelas brilhantes, formando uma grande figura em forma de concha ou caixa.

Importância:

Este asterismo tem sido uma ferramenta essencial para navegação, pois a linha imaginária que conecta as duas estrelas mais externas da "panela" (Dubhe e Merak) aponta diretamente para a estrela Polaris (ou Estrela do Norte), que está na constelação da Ursa Menor.

Ursa Menor (ou Pequena Ursa)

Localização:

Também é visível no hemisfério norte, mas devido à sua localização no céu, as estrelas da Ursa Menor são mais difíceis de observar em comparação com a Ursa Maior.

Características:

A principal estrela da Ursa Menor é a Polaris (ou Estrela do Norte), que indica a direção do norte geográfico e tem sido usada por navegadores durante séculos para determinar a orientação.

Asterismo:

A Ursa Menor é mais reconhecida por seu asterismo, o "Pequeno Carro", que é uma versão menor da Ursa Maior e também possui sete estrelas principais. A estrela Polaris marca o fim do "rabo" da Ursa Menor.

Essas duas constelações têm uma conexão importante, pois ajudam na navegação celeste e têm sido usadas por várias culturas ao longo da história. 

Como elas surgiram na Mitologia Grega

A deusa Artemis, conhecida pelas suas habilidades com caça e também associada à lua e à magia, tinha diversas ninfas sob sua proteção e que a seguiam para ter o aprendizado da deusa. Uma dessas ninfas se chamava Calisto.

Por sua beleza e por suas habilidades, Calisto era a ninfa mais adorada de Artemis, o que até causava inveja nas outras. E sua beleza não chamava apenas a atenção de sua deusa protetora, mas também de outros deuses. Zeus, o grande deus grego, ficava cada vez mais obcecado pela ninfa e decidiu tentar algo com ela.

O problema era que, para ser uma seguidora de Artemis, a ninfa deveria se manter virgem, o que dificultou muito as coisas para Zeus. Por mais que ele tentasse, Calisto mantinha o seu compromisso com Artemis e não cedeu nem mesmo aos encantos do deus mais respeitado de toda a Grécia antiga. Foi então que Zeus teve uma ideia.

Ele era um deus e tinha poderes que só um deus tinha. Ele decidiu se disfarçar e assumir a imagem da deusa Artemis para poder chegar perto de Calisto e conversar com ela. Quando Artemis estava fora, Zeus fez isso e Calisto não percebeu seu disfarce. Se passando pela deusa Artemis, Zeus convenceu Calisto de que ela poderia perder sua virgindade, e então Zeus conseguiu o que queria.

Mas a aventura de Zeus não teve como passar despercebida pois Calisto ficou grávida. Por mais que ela tentasse esconder a gravidez, não teve jeito. As outras ninfas aproveitaram a situação para contar para Artemis que sua ninfa preferida havia perdido a virgindade. E então Calisto foi expulsa dos domínios de Artemis e teve que seguir caminho por conta própria. E, para piorar ainda mais a sua situação, Hera, a esposa de Zeus, descobriu que o marido havia a traído com Calisto.

Com os poderes de uma deusa, Hera transformou Calisto em uma grande ursa logo após o nascimento de seu filho. A vingança estava feita. Felizmente o deus Hermes viu o que aconteceu e pediu para sua mãe tomar conta do bebê. O filho de Calisto cresceu com o nome de Arcas e se tornou um bom caçador. E Calisto, mesmo como uma ursa, ficou por perto para ver como crescia o filho. Até que um dia eles se encontraram.

Durante uma caçada, Arcas viu a grande ursa e logo puxou seu arco para matar o que ele pensava ser seu predador. A ursa estava em sua mira e uma única flecha seria capaz de matá-la.

Zeus, observando tudo de cima, de sua posição privilegiada de deus, agiu rápido para evitar a tragédia de um filho matando a sua própria mãe. E então ele transformou ambos em constelações de estrelas, que hoje são conhecidas como Ursa Maior e Ursa Menor.

Em suma, o mito das constelações de Ursa Maior e Ursa Menor não apenas nos revela uma história fascinante de transformação e proteção divina, mas também nos conecta com a sabedoria e os valores da mitologia grega.

A narrativa de Calisto e Arcas ilustra o vínculo inquebrável entre mãe e filho, simbolizando a imortalidade do amor e da conexão familiar, transcendendo as limitações do tempo e do espaço.

Ao observar essas constelações no céu, somos lembrados de que, mesmo nas situações mais desafiadoras, a intervenção divina pode transformar o destino e garantir a eternidade.

Essas constelações, além de suas raízes mitológicas, também têm um papel significativo na cultura humana, sendo importantes referências para a navegação e para a compreensão do cosmos. Elas continuam a fascinar astrônomos, historiadores e poetas, mantendo sua relevância e magia.

O mito de Ursa Maior e Ursa Menor, assim como outras lendas celestes, oferece uma maneira única de olhar para o céu e enxergar mais do que apenas estrelas, mas também histórias e significados profundos que nos conectam ao passado e ao nosso imaginário coletivo.

Portanto, o legado das constelações Ursa Maior e Ursa Menor vai muito além de sua mera presença no céu noturno. Elas representam a continuidade da cultura, da mitologia e da nossa eterna busca por significado, lembrando-nos da conexão que todos compartilhamos com as forças divinas, a natureza e a própria história da humanidade.

 

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